Soledade! Sonhos que não valem, Que... José Henrique Boia dos...
Soledade!
Sonhos que não valem,
Que dos sonhos não saem,
Que quando, olhos abertos
Afugentam-se do dia
Escondem-se no escuro das noites,
São apenas cinzas ao sol da manhã.
E mesmo que ainda suste um sorriso,
Este que me levanta célere,
É apenas um reflexo,
Da fantasia que em lágrimas solve,
Na lembrança tétrica e sem fotografia.
A minha sede continua um beijo,
Onde tua boca ainda é sonho,
Tua forma são ondas,
Deixadas todas as manhãs
Nos lençóis arteiros do meu leito,
Modelos de uma inquieta busca.
Meu olhar ainda onde acordo,
Fixo em ver que a realidade é um sonho,
Que grita em silêncio
No íntimo ventre da solidão.
José Henrique.