A "arte" de bajular... Nildinha Freitas
A "arte" de bajular
Bajuladores são encontrados com muita frequência em quase todos os cenários empresárias, em algumas famílias, dentro de templos religiosos, mas o lugar onde mais se encontra essa espécie deprimente de ser humano é dentro da política. Os babões como são chamados por aqui no Nordeste são os defensores ferrenhos do indefensável, acusadores dos que não têm o mesmo pensamento e estão sempre prontos para aplaudir, para carregar nos braços o seu líder, o seu mito, ou seja lá o nome que eles dão.
Às vezes, me pergunto por qual motivo algumas pessoas que considero inteligentes, pensantes e capazes de sair da caixinha dos puxa-sacos precisam tanto se rebaixarem, se humilharem e ficarem em lugares que não lhes permitem ir mais longe, onde suas funções não são determinadas pelo o currículo, pelo nível de escolaridade, pela capacidade intelectual, mas apenas pelo o quanto estão dispostos a elogiar e a defender em suas rodas de conversas e redes sociais o sistema onde estão inseridos. Eu não tenho o direito de julgar quem vive uma vida de bajulador, apenas lamento! Eu mesma já fiz parte de alguns contextos da política de minha cidade e nunca alcancei nenhum mérito por ter estudado, por ter me formado, por ser uma pessoa inteligente, ao contrário, esses adjetivos foram agravantes que me colocaram muitas vezes na condição de ré, e sem saber essa "arte" de bajular, nunca consegui ir longe demais. Neste cenário pensar é prejudicial, principalmente, se a gente pensa e fala o que não concorda, ou concorda com o que dizem os que não são do mesmo grupo político.
É bem possível que existam excessões, que existam políticos que estão dispostos a ouvirem, a darem voz a sua equipe, mas até aqui, no auge de meus 47 anos de idade, eu nunca conheci pessoalmente um representante político que escute os que estão de fato perto dos eleitores, dos cidadãos, a grande maioria paga para ouvir o que querem e não a verdade.
Nildinha Freitas