Jaulas humanas colecionam traumas... Dionathan Hart
Jaulas humanas colecionam traumas infantis, monstros rabiscados como se fossem heróis de gibis, perna longa a quem tem vida curta, arvores cortadas desencadeiam o desmatamento para construir a carcaça do menino Pinóquio, a vitrine apresenta salubridade, afugenta das vistas toda insanidade, mas no sapatinho de algodão a verdade sempre chega, traguei saudades para dentro peito e soltei aos ventos, pois já estava cansado de ficar no interior de um bolso, com apenas o necessário encontrei meu caminho na casa chapéu, embriagado o vento sussurra ao ouvido, viva feito louco e morra jovem de pele enrugada, o tempo e a sentença dos mortais, alma não envelhece e não a cores para aquilo que os olhos não veem, esfarela vira pó mas não apaga o legado, músculos atrofiados fisicamente dia a dia algo se perde algo em baixo do tapete, cada partícula é matéria do universo, somos partes disso, em algum por ai alguém paga ingresso pra ver esse show, achou mesmo que estava sozinho, a cada tombo ou vez que se apaixonou, olhos atentos no retrovisor alguém a observar, essa historia vai ser contada na beira da fogueira em universos paralelos, pontos de vistas desiguais nesses olhos de cobras cegos, pesos e medidas diferentes realidades as vezes ditas como injustas, nas madrugadas abraçado na caneta, autor e personagem genialidade e produção, criação e nascimento, de um lado a lamina afiada do outro o corte, entre o machado e as flores, nos equilibramos em tempestades com fé e força, jamais encontraremos sentidos nossas duvidas são frequentes e terminam cobertas por terra.