Desesperança Tenho que assossegar... Cellayne Brito
Desesperança
Tenho que assossegar essa chama
Que insiste em flamejar
Dói no peito inquieta a alma
Esse não teu me olhar
E se me cercas de pouco caso
Ai, minha sandice em muito fantasiar
E já não sei mais o que faço
Pra que em meu peito deixes de morar.
Eu já entendi que neste espaço
Tu não me corresponderás
Mas fazer meu coração entender teus passos
É coisa por ruim demais
Porque ele teima em se alegrar no teu gosto
Quando de outra luz já devia ter ido atrás.
Eu já não sei mais o que faço
Já admitir meu fundo de poço
Já admiti minha derrota
O que falta admitir mais?
E não é por falta de pé no chão
Que das nuvens caí há tempo atrás
Mas é por um querer mais que não querer-te
O qual Neruda escreveu por mim sem uma linha errar.
É tão saltante o que quero expelir do peito
Que esse desabafo se constitui em segundos a pensar
Mas quem me dera ser essa a mesma velocidade
Que de ti eu deixasse de gostar
Mas esse é um processo que há muito tempo comecei
E quero que minha única esperança seja o seu findar .
Já não me resta atitude ou palavra
Se o teu peito a mim nunca se abrirá
Eu só peço não servir de tapa-buraco
Para as dores e solidão que te acercar
Eu te gosto não sei em que medida
Mas sei que a mim mais tenho que amar
Então, vou fingir que só quero tua amizade
Até meu coração se acostumar
E que ele (coração) aceite esse destino
Porque o outro não escolhestes e
Pela minha análise, nunca o farás
Ao menos da mesma forma que meu coração escolheu pra te presentear.
Essa minha tristeza, hei de superar
E não a trocarei pela alegria da tua presença experimentar
Pois não querem mais ilusão
Os meu olhos lagrimar
E assim ofereço somente amizade
Com muito esforço de ser só amizade
Àquele que o destino só de amizade em seu peito me deixou morar.