Anti-verso Olho para trás e vejo... Maise Araújo
Anti-verso
Olho para trás e vejo
Dias que se foram, amanhãs que já passaram
O agoras que já são passado
O ontem que já não muda
Um amanhã para desbravar
Procuro dentro de mim, eus que ainda estão por vir
Me encontro gota d’água em meio a tempestade
Acúmulo nas horas, dias, olheiras e rugas
Concluo, caminhos que antes pareciam não terminar
Desejo você, companhia nas caminhadas
Dias que ainda não nasceram, haverão de raiar
Agendados na agenda para não deixar nada passar
Somos molécula anfipática, agarradas em meio a água
Somos pilha que dura, somos lítio puro
Somos duros na queda, somos diamante bruto
Somos queda sem parada, somos via láctea
Somos parada sem rua, somos as cordas do universo
Refletidas do anteverso, somos também matéria escura
Somos rua sem esquina, não existe esquina sem rua
Somos esquina da Lua, somos corpos celestes reorganizados
Somos lua, eu sou minha, tu és teu, somos dupla
Desejo que entenda minhas pistas
Que as pistas sejam suas
Que suas sejam as mãos
Que minhas mãos sejam as tuas
Que soem suas palavras todo dia
Quero dia sem angustia e angústia sem dia
Que saiba em fim
Que a maior conquista da minha vida foi
Te conhecer e a mim