Anos mais tarde surgiu a pedalada,... Cláudio Marcellini
Anos mais tarde surgiu a pedalada, agora, na versão “devo não
nego, pago quando puder”. Neste formato, o dono da empresa
emitia a nota fiscal, ou seja, declarava o imposto, porém postergava
seu pagamento e, com o dinheiro, ele aumentava o seu patrimônio
pessoal e vivia em um padrão muito acima da sua real condição financeira. Isso foi uma tendência nos micro e pequenos negócios e,
embora o sistema econômico e tributário no Brasil seja muito difícil
e desfavorável ao empreendedor, isso não justifica a prática mencionada.
Quem nunca ouviu alguém comentar: “Olha, acho que o fulano ali
lava dinheiro. Veja como o negócio dele cresceu, ele só anda de
carrão, comprou lancha”. Bobagem, não há lavagem ali, o que existe é que aquele empresário, ao invés de honrar seus compromissos e obrigações, ele desvia os recursos para a sua vida pessoal.
A propósito, não que não exista lavagem de dinheiro, mas, hoje, a
engenharia financeira é tão sofisticada que, onde houver, será difícil você perceber.
Em conjunto com as pedaladas também podem existir as captações de crédito. Como dizem no jargão popular: “o cara explodiu
a empresa”, não pagou imposto, tomou empréstimo nos bancos,
não paga ninguém, para viver a vida de luxo e fantasia da qual se
tornou refém.