SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA Calmamente... Piggy
SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA
Calmamente caminhei sem rumo,
Pelas alamedas encobertas pelos ipês lilases
Sorri ao convite do vento,
Suspirei profundamente,
Recitei o velho Blake.
No observar castanho onírico
Projetei a ânsia de viver
No firmamento límpido anil.
Aberto está o arcano sem nome;
O tempo será o juiz de minhas ações...
Eu, o algoz da sua sentença.
Logo será primavera,
cicatrizes de outrora se fecharão.
Um dia de cada vez.
Perseverei em face da incerteza do ser perante o nada
Inerme prosseguindo poeticamente.
Já não faz sentido empunhar o gládio em batalhas vãs.
Na sagração da primavera tudo renasce
com a unção das flores que sorriem no silêncio.