Hoje foi o Bargadinho, um bom bezerro de... Raniere Gonçalves
Hoje foi o Bargadinho,
um bom bezerro de cabeceira.
O encontrei lá,
deitado à beira do malheiro,
inturgescido,
rodeado dos casacas pretas.
Dona cascavel cuidou de lhe dar
o derradeiro beijo.
Jeito que teve foi arrastá-lo para
o canto dos finados.
Um cortejo fúnebre me seguiu,
num farfalhar aéreo,
flap, flap, flap.
Pelo carreadouro,
um passante que vinha
me confirmou o dito
dos antigos:
'só perde quem tem', meu amigo!.
Me lembrei doutra feita,
na mesma vira...
O Bargadinho se foi
e o meu coração
é que ficou embargado.
Coisas da lida,
da morte e dos percalços
lá nas bandas
da Vertentinha.