BELO CERRADO (soneto) É belo dentre os... Luciano Spagnol - poeta do...
BELO CERRADO (soneto)
É belo dentre os arbustos ver ardendo
O sol a pino, luzindo no galho charro
No verão do sertão, molhado e bizarro
Sentir a chuva no chão rescendendo
Aos pés das veredas, musgos e barro
Ver o canto da seriema estremecendo
O raiar, encarnado, a olhos nu. Sendo!
E até, a seguidão, perdoem o esparro
Porém, o que há mais sedutor ainda
É a diversidade em espécie da vida:
Em gramínea, fruto, e florada linda
O chão do cerrado, de vista retorcida
Nos acolhe a alma e nos dá boas vinda
Com a sua moda de viola, tão querida!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020, 08’48” - Cerrado goiano