A hora do aperto passou, E meu coração... Luisa Caldeira

A hora do aperto passou,
E meu coração descansou.

Sumiram os sentimentos de medo e receio, e o antidoto meu coração descobriu que era simplismente o seu cheiro.

Na cama aprendeu a linguagem do amor, compreendeu seu idioma e traduziu o que seu beijo sussurava para a minha alma.

Compreendeu, ainda, que cada abraço seu era o seu corpo me dizendo: ei amor, calma.

A angustia chegava,
E ele dizia: ei medo, sai fora,
Não é mais a sua hora.

Descansava nos seus braços,
E esquecia o medo, ao perder-se na constelação dos seus abraços.

Seguia seus passos, compassos e descompasso, atrasava um pouco mas não perdia o compasso.

Ignorou seus receios, confiou e deixou que a luz guiasse as suas batidas no tempo e espaço ... finalmente ele se achou, e batia mais forte dizendo: demorei, mas cheguei amor, mesmo que com muitos atrasos, me encontrei nos seus braços.

Um dia silenciou-se a angustia do peito,
E o meu coração batia forte um desejo:
Demonstrar-te todo amor que seus lábios me transfundiam pelos beijos.

Porém, alguma coisa em você agora dizia: calma.
E meu peito passou sentir o espaço que seu beijo pedia pra minha alma.

Meu abraço tentou te encontrar,
Mas seu medo turbou seus desejos,
Seu coração batia mais lento...
Escondendo de mim o amor que dominava seu beijo.

A ausência passou a ser a minha companhia,
E meu amor tentando se achar, na sua desconfiança se perdia.

Tentava, olhava pro céu, seguia a constelações que conhecia... mas não conseguia encontrar o caminho de casa,
Tentava, tentava, e a sua angustia fechava todas as portas que o meu coração alcançava.

O meu coração procurava um desvio, batia na porta da sua alma,
Procurava uma janela,
E seu medo respondia: ei, não nela.

Sua confiança derepente se assustou,
Conversou com o medo e angustia e os
Convenceu a dizer: não, esquece esse amor.

O coração batia, o coração partia,
A alma chorava, o peito travava,
A magoa cantava... o nosso amor se afogava.

Procurou minha alma uma mudança,
Parou com as andanças, confiou no que me dizia a sua alma: ei amor, paciencia... calma.

Descobriu o coração que nem todo amor que toca a alma, permanece,
Aprendeu meu coração que as vezes no atraso,
O medo e a confiança tem um caso, e a angustia aparece, engolindo a batida da sua prece.

Entendeu que as vezes o melhor é ouvir o medo, e ouvir o que ele pede: ei amor, me esquece.