O que eu quero hoje Hoje eu quero que os... Giovane Silva Santos
O que eu quero hoje
Hoje eu quero que os poetas não durmam.
Nas favelas todos se enturmam.
Que o silêncio seja confusão.
Que os políticos não entendam.
O que significa tal manifestação.
Os grandes assalariados de greve.
A voz do amador que se atreve.
Até as estrelas se rebelarem.
Junto com as nuvens se esconderem.
O sol apresentar se tímido.
A noite chuvosa uma prever.
As sinaleiras se confundirem.
Os cegos armados atirem.
Os carros se amontoarem.
As janelas se abrirem.
O que eu quero hoje é a voz do mudo.
Gritando uma poesia valente.
A inclusão prepotente.
Se é confusão.
Solução.
Que o mundo sente.
E eu, eu no meu cafofo.
Com meu terno de nudez.
Tentando outra vez.
Não ser um poeta do mofo.
Gritar para o povo.
Paz na guerra outra vez.
Giovane Silva Santos