O ASSALTO Anos atrás fui vitima de um... Fábio Murilo
O ASSALTO
Anos atrás fui vitima de um assalto em frente no antigo cinema Art Palácio, 7 horas das noite, me deram duas facadas, uma no peito e outra nas costas. Na hora não senti a mínima dor, juro, só depois fui reparar no liquido quente escorrendo no peito, e olha que nem reagi, já chegaram batendo, digo furando. Peguei rapidamente um táxis na Avenida Guararapes, parecia que estava sentado num prato de papa e pernoitei no Hospital da Restauração, ficando em observação, fiz alguns exames básicos e fiquei reparado a urina pra ver se largava algum sangue, talvez precisasse de cirurgia. Pela manhã tive alta. Sangrei ainda por uns quinze dias, em casa, até cicatrizar. Na ocasião, ainda no hospital, na madrugada, parou em minha frente uma maca conduzida por uns policias militares, com um senhor que se encontrava extremamente pálido com uma marcha enorme de sangue no peito e pediu pra uns dos policiais ajeitar a mangueira de soro, e prossegui. Instastes depois retornaram correndo com ele estático, olhando o teto, entraram numa sala ao lado e o medico de plantão reparou e disse que havia morrido. Saiu uma moça, saiu chorado e soube que era dentista, que estavam noivos e contou que dois assaltantes os abordaram numa moto, na saída do antigo Cavalo Dourado e o carona, apontando uma arma, pediu o relógio dele, ele negou, prontamente, o cara atirou e pegou e xau! Não vale a pena reagir, a vida vale mais que um relógio, um celular, etc. Levaram, compra outro, quando não morre, fica aleijado. Dizem que é o momento. Pois é, momento de morrer, como aconteceu com o dentista. E não é nenhuma covardia, o outro tá armado, você não, além de favorecido pelo elemento surpresa, já tudo arquitetado, a rua, o beco, que vai correr... E pagam um alto preço, tem uma vida curta, porém, tipo, "quem com muitas pedras mexe uma lhe cai na cabeça".
(18.02.2017)