GRATIDÃO. Que palavra linda é... Elizeth Valle
GRATIDÃO.
Que palavra linda é GRATIDÃO!
Parece derivar de grátis, do que é graça.
Porque ser grato não exige nada não!
É só ter afeto por quem lhe abraça.
Um abraço real, com afeição,
Ou um abraço simbólico de solicitude,
Um simples gesto ou uma boa atitude,
Tudo deve ser objeto de gratidão.
E agradecer nem é tão complexo,
Até animais o fazem por gestos,
Não envolve conceitos indigestos,
Não precisa nem mesmo de um nexo.
Ser grato é curvar-se à alheia bondade,
É devolver o sorriso ou o abraço,
Àquele que lhe fez bem de verdade,
Que andou ao seu lado num mesmo compasso.
Ao contrário, ingratidão é mazela,
Dos que sofrem pelo bem angariado,
Dos que não tem humildade sincera,
Para dizer um simples obrigado.
Sejamos gratos, então,
Pois o que tem de bela a gratidão,
Tem de asquerosa a ingratidão,
Enquanto a primeira eleva e cura a alma,
A segunda provoca dor e incurável trauma.
E para facilitar as coisas, vamos esquecer das rimas e passar do verso para a prosa. E no exercício da gratidão, vamos praticar, sempre dizendo “muito obrigado(a)”, “Deus lhe pague”. Vamos nos lembrar dos bons gestos, amando a quem nos faz bem, reconhecendo-lhes a boa vontade. Vamos sorrir mais, abraçar mais, soltar beijos no ar ou nas bochechas. Vamos esquecer as desafeições e nos dedicar às afeições. E para os que forem os destinatários da gratidão, não se cansem: continuem a distribuir atos de solidariedade. Deem pão para quem tem fome, água para quem tem sede, emprego para quem quer trabalho, companhia para quem está só, carinho para quem está triste, conhecimento para quem o procura; continuem a partilhar bens materiais e imateriais. Ainda que ninguém agradeça, não importa, pois o maior beneficiário do bem é quem o pratica.