VENDAVAL NO CERRADO (soneto) Áspero,... Luciano Spagnol - poeta do...

VENDAVAL NO CERRADO (soneto) Áspero, entre os uivos, em lufadas nos buritis De um constante sussurrar de uma ladainha Prelado em prece, bailam nos galhos os sag... Frase de Luciano Spagnol - poeta do cerrado.

VENDAVAL NO CERRADO (soneto)

Áspero, entre os uivos, em lufadas nos buritis
De um constante sussurrar de uma ladainha
Prelado em prece, bailam nos galhos os saguis
Na imensidão, quando a tempestade avizinha

Rezas sobre a melancolia, agitam os pequis
Sobre o cerrado, badala o sino da igrejinha
E, em refrega, no céu, desenha o arco-íris
Grassando poeira tal qual a erva daninha

Bufa, num redemoinho em tal longura
Que abres no horizonte em chiar bravio
Gemendo o sertão num suspiro funeral

E invade, como guerreiro, toda a secura
Do chão, num comando do seu assobio
Avança atroz no planalto... o vendaval

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/01/2020, Cerrado goiano