QUEM NÃO ERRA A lida às vezes navega... Paulo Sérgio Rosseto
QUEM NÃO ERRA
A lida às vezes navega
Por barcos sem mastros
Desprovidos de velas
Navios sem lastros
Sem cordas nem âncoras
Timões em proas sem rumos
Barcos calados na areia
Aportados em baías
Degredados
A sorte às vezes recende de mágoas
Tal qual vela sem pavio
Cela sem dorso nem doma
Chinelo quebrado pisando descalços
Ainda assim os mares continuam
Acolhendo os seus rios
E os rios galopando percalços
Nos tomam nos braços
Acolhem nossas naus
Amenizam nossos passos
Restituem-nos pacientemente a vida
O cotidiano é a soma de esperas
Expectando acertos
Mas quem não erra?