Da horta gosto do amor que quando não... Clara Baccarin
da horta
gosto do amor que
quando não frequenta mais
a cama, a mesa, a aorta
a gente não precisa
fechar a porta
e varrer o peito
limpando
mágoas, descasos, ausências
Esses que a gente pode deixar
a fresta sempre aberta
que tem sempre um sopro
de primavera
onde nascem espontaneamente
flores fortes e transparentes