Não sou aquelas de usar Maquiagem Muito... Sarah Marcondes Lapenna

Não sou aquelas de usar Maquiagem
Muito menos de fazer tipo, ou jogos de sedução…Não sou a menina dançante da festa, muito menos aquela extrovertida que será o centro da atenção.
Minha maquiagem é básica junto a minha essência e modo de ser. Sem muito a oferecer, talvez. Sem muito brilho, muitas conversas, e história de vida, mas esta, acredite, é sempre intensa e verdadeira.
Não sei fazer jogos, fazer você se envolver, imaginar cenas, falar palavras que excitam.
Não sei criar métodos que existem para que corra atrás. Não sei ignorar, simplesmente sumir. Talvez por saber como doi alguém sumir em uma conversa. Ou simplesmente por não conseguir tratar alguém assim, com tamanha frieza. Se me responder “bom dia”, lhe responderei. Se me oferecer um emoticon, irei devolver outro emoticon.
Esta sou eu.
Talvez a menina boba. Talvez a menina que nunca irá conquistar alguém com seu jeito calmo e bobo em ser.
Alguém que não é aquela a qual fará seus olhos brilharem, seja pelo visual, seja pelo brilho evidente.
Sou assim…Despercebida mas que se olhar bem perto,no coração, tem coisas boas a oferecer a quem se permite conhecer.
Não sou aquela que vai dançar no meio da noite, por insegurança com meu corpo, por insegurança de rirem, por vergonha, certa timidez. Por apesar de ser alegre não conseguir demonstrar isso em expressões corporais. Talvez irá com as mãos, os pés e um tímido ombro dançar para lá e para cá no ritmo da música.
Sou aquela que ao conversar vai esquecer várias e várias palavras, vai se perder no meio do caminho com as histórias e até sentir frio na barriga para contar.
Aquela que vai falar com as mãos. E olhar distante para lembrar os fatos para contar e nesmonassim esquecer algumas partes ao relatar.
Não sei andar com salto alto. Muito menos sou aquela mulher elegante que desfila ao passar. Sou um pouco atrapalhada, e ao mesmo tempo ando em passos longos e tímidos. Se estiver nervosa minha mão irá gelar e suar frio.
Posso parecer segura. Mas não sou. Sou tão insegura. Insegura com meu corpo, com meu modo de ser.
Insegura a ponto de nunca me achar suficiente para alguém permanecer. Na verdade está é uma realidade. Insegura a ponto de sempre me criticar.
Eu juro que tento ser alguém diferente do que sou, ou o que faço comigo, mas constantemente nos momentos que preciso, fracasso.
Eu vou mil vezes preferir olhar as nuvens, estrelas e sentir o sol ao dançar em uma balada com estrobos. Eu vou preferir escutar aquela música calma que dá paz a uma mais agitada.
Vou preferir estar em abraços a estar na agitação.
Amo sentir a calmaria da natureza. Amo conversas que fluem. E sinceridade de sentimentos onde possa me sentir segura para estar.
Tenho medo bobos. Mas reais.
Não gosto de gritos, brigas ou qualquer energia que não seja da paz e do amor. Tudo isso faz meu coração se apertar e dói. Uma angústia invade meu ser.
Sou este ser em constante crescimento e evolução. Que tem medo, que tem coração valente, que é forte e fraca ao mesmo tempo.
Que chora escondido para não incomodar ninguém. E sorri diante da multidão onde quer fazer todos felizes e ajudar onde pode.
Que está vivendo e tentando dia-a-dia não desistir. Enfrentar seus monstros internos, enfrentar o mundo que aponta e julga por ser diferente. Enfrenta a vida e tenta viver.
Sou intensidade, sou calmaria. Sou ingenuidade mas com uma tímida malícia.
Sou este ser em constante evolução.
Sou este ser que cresce e sente saudades de ser criança, mas ao mesmo tempo não sente saudades em ser inocente. Pois isso a fez sofrer já na vida.
Tem dias que sou o silêncio. E tem aqueles que sou a agitação.
Tenho meus dias nublados, mas também tenho aqueles de muito sol.
Gosto de escrever, gosto de ler, de arte e daquilo que tem alma e coração.
Gosto de observar olhares, gestos, e sorrisos. Mas quando me observam não sei como reagir. Talvez por minha insegurança que persiste em surgir.
Sou uma mistura de ansiedade com calmaria. De criar expectativas e prometer nunca mais criá-las.
Sou este ser neste meu mundo que inventei vivendo no mundo que existe e tentando descobrir como criar um modo para interligar tudo isso.
Um ser com coração de criança, corpo de mulher e mente desta mistura de idades e vida que busca ser feliz e dar o seu melhor por onde passar.