A EPIDERME HUMANA No ser humano O que... Nonato Peixoto Nogueira
A EPIDERME HUMANA
No ser humano
O que mais me fascina
É a sua alma.
Sua essência imutável.
As cores da alma
Com todas as suas nuances e matizes,
Seus brilhos únicos e inconfundíveis.
Atrai-me, extasia-me.
Sempre que olho e vejo
A imagem da alma de alguém
Resplandecida num brilho imortal,
Inócuo, de modo passivo a tudo.
Deleito-me.
Oh! Alma que a tudo sofres,
A tudo suporta!
Inspira-me.
Saboreie as intempéries das críticas
E o olhar da percepção alheia.
Como é estranho e intrigante
O preconceito sofrido por ti.
Experimentada na discriminação,
Sofrida na dor da própria essência,
Alenta-te apenas de saber
Que és um ser divinal,
Superior e esplêndido!
Como é possível que não te entendam?
Que tu, ó Alma é multicolor,
Tua tez pode ser branca, preta, amarela,
Pode até ser “azulada”
Ou esbranquiçada, não importa.
Tuas nuances se misturam
E se transmutam,
Ora é negra como a noite sem lua,
Ora confusa, sem descrição,
Ora possuem a cor do bronze,
Ou ainda alva e fulgente
Como a branca neve.
E teus olhos, ah! Teus olhos,
Que a tudo enxergam a tudo veem,
Ora são como o oceano,
Ora têm a cor do mel,
Em dias claros, lilás, colorido,
Translúcido, hibrido,
Ou simplesmente nada.
E tu ó Alma, és viva de vida,
Transbordante e reluzente
Como o ébano ou branco-amarelada,
Célica e mítica como o marfim da morsa.
És da vida o cerne, a pureza,
A essência, o ar dos viventes,
O elo entre bem e o mau.
Em ti estamos todos e todos estão em ti.
Oh! “Espectro humana”
Como pode ser tão bela,
Tão única e tão multidão.
A cambiante epiderme humana
Poderia ser simplesmente
Chamada de ALMA.