Flagelo da ingenuidade Vozeava o sol... Domício Gabriel

Flagelo da ingenuidade
Vozeava o sol fundo, quase inaudível
o que a tímida matutina ocultara,
pormenor banal, é simples e plausível,
ontem o dia terminou, hoje ele para.
Frio como o concreto calçado,
ramos esquecem a casa do leão
aposentando o seu olhar cansado
sobre a intemperança de quem é são.
Aquilo que virá, outrora aconteceu,
mas turvos pelo domínio do fato,
na vergonha da noite se percebeu.
Que o disparate revela um aceno
aos túrpidos de crueldade não dita,
e ao choro desse sol moreno.