SUOR FATIGADO Com grande árduo da lida... Luiz Alberto
SUOR FATIGADO
Com grande árduo da lida
Mãos calejadas pela labuta
Tratado como lhufas é a sua vida
Do seu rosto fatigado
O suor do labor entorna sobre a terra
Por amos é aferrolhado
Muito labora pouco aufere
Mesmo assim tem uma vida álcre
Coragem em seu sangue, as pisaduras em sua pele
Vida dial no suor do sacho
Com o seu alento sustenta sua família
É ludibriado por ser iletrado
Anoso em idade e em peleja
Alma sadia fé inabalável
Atado pela empreitada, alheio da tristeza
Quando suas mãos vai assear
A água encardida escorre de suas palmas
Suas feridas ardidas limpas vem a se aliviar
Lábios áridos nada a reclamar
Enquanto tange no lavor
Seu corpo exaurido querendo resfolegar
Olhos estafados a gotejar p'los cantos
Olhando para o céu com suas vistas denegridas
Cogita: chegou minha hora de descansar.