Não são suas aquelas canções que... Malbersu
Não são suas aquelas canções que tentavam falar o tempo todo das coisas perdidas, da vida que passada fazendo contas de perdas e ganhos, dos cabelos que caem por trás da tintura, dos caminhos percorridos atrás de algum desejo indefinido, do rascunho feminino, dos orgulhos desfeitos nos contornos das pernas hospitaleiras, das aspirinas e cigarros da mais triste versão de uma história muito particular, das moscas voando sobre as louças, sobre a necessidade de esquecimento, sobre as tolas ostentaçoes inventadas? Não são suas aquelas canções que inventavam silabas introspectivas e retropictivas mágicas de alguns dos mais persistentes renascimentos, das palavras mastigadas e soltadas aos trancos, cheias de incoerências e violências pomposas?