BARULHO Hoje acordei zonzo Com o barulho... Alfredo Bochi Brum
BARULHO
Hoje acordei zonzo
Com o barulho do mundo
Não escutei ferramentas em orquestra
Para um firme propósito
Socorro!
Também nem sabia que o ócio berrava!
E lá “ele” estava
Nada fazia, tudo julgava
Cruel diapasão
A si perfeição
Ao outro afinando
Eram gritos esganiçados
Desmedidos
De arrancadas e freadas inopinadas
Correndo, parando
Seguindo gritando
Entre nota e outra
Segue apontando
Aos outros bradando
Aquilo que “é certo”
Tormento, lamento
De tudo se escuta
Onde andas labuta
De luta diária
Sutil salafrária!
Oh errante caminheiro
Deixe de lado o vespeiro
Segue teu sonho
Com tua batuta regendo
Os dentes rangendo
A ti não pertencem
O julgamento prossegue
E tua sentença bem sei
Mais cedo ou mais tarde
Em tamanho alvoroço
Corpo judiado
Com espírito moço
No silêncio da alma:
Tua coroa é o esforço!!!