đ"ALCATEIA" O desejo cresce... Isabel Morais Ribeiro...
đ"ALCATEIA"
O desejo cresce inseguramente na confusĂŁo da carne
Sem palavras, sem gestos com gosto a sangue e a carne
Na sombra e na calada da noite cresce o crepĂșsculo de um espelho
Na janela do quarto voa uma cortina de seda
Quando a noite destaca-se sente-se a carne que tem o travo
Da saliva, saliva sabe a carne desejada
NĂŁo existe o mundo lĂĄ fora sĂł os nossos corpos
GenuĂnos e inalterĂĄveis os gemidos de paixĂŁo e amor
Que corre como ĂĄguas para os rios
Paz exterior das folhas que dormem no silĂȘncio
Na hora da posse quando a força de vontade ressuscita
Dentro de nossas almas ilumina-se
Com a luz da palavra despedida cresce tomando tudo
No teu regaço deitados nas noites, à luz das trevas
Gritei amor tentei gritar o teu nome
Para esquecer-me de ti sei lĂĄ porquĂȘ, nĂŁo perguntes
Agora ouve, ouve meu amor, o meu fĂŽlego
A chamar-te, a gritar por ti sente meu amor
Sente o meu silĂȘncio a beijar-te nĂŁo vĂĄs que o lume
Acabou de acender para nos devorar no escuro
Onde seremos eternos amantes como a alcateia dos lobos
Que a nosso lado pernoitam meu amor