Provisório A chuva se põe no horizonte... João Carlos Marrão
Provisório
A chuva se põe no horizonte
Planos inclinados
Pelo previsto imprevisível
Desenham o dia apagado
Seres serenos no orvalho
Caminham sonâmbulos
Nessa manhã sem nome
De vento seco e grisalho
Presos nos trens,
Nos trecos nas coisas
Presas fáceis
Das prisões que constroem
Na estrada vadia da vida
Andando de costas
Olhando estrelas
Tropeçando em pedras
Gatinhando andando
Correndo esperando
Todos passageiros...
Inconstantes e momentâneos
Seguindo rumo à ausência
Ao fim, que também é eterno.
A batida se encerra pra sempre
Tanta audácia acanhada
Pelo imprevisto tão previsível
Retalhos de apego apagados
Desenhados em ardósias
Semeadas como plantas
Em jardins festivos
Resumos que também serão esquecidos
João Carlos- Marrão