đŠ OS OLMOS Andam pela luz do vento... Isabel Morais Ribeiro...
đŠ OS OLMOS
Andam pela luz do vento
Sem correr no tempo parado
Num mundano contemplar
Enche a boca num calĂŁo perverso
Para nĂŁo chegar Ă alma
Profeta da essĂȘncia mais mortal que os anjos
Que imita um mestre jĂĄ morto
Mudo esse o seu mundo
Num rio que corre sem correr
Achado instinto de um dom
SofridĂŁo que verte intensamente
A solidĂŁo sem poder ver a luz
Entre uma caixa deixada sem almas
De um poeta mudo, amordaçado na carne
Pela lua cheia entre as folhadas dos olmos
Onde se esconde com medo mas nĂŁo dos lobos
HĂĄ em mim um mĂstico sentimento đŠ
De felicidade nesta tela pintada pela natureza
Vista por fora e sentada me encontro
Olhando por dentro sentindo-me a flutuar
Nas cores que vejo e revejo na tela
Deixo-me voar por entre montes e vales
Caminho de terra batida na branca geada
Onde o Inverno morre despido
Pela intensa neblina na serra de Bornes
E em cada degrau me hå-de levar ao céu.