A Lua banhava-lhe com seus tons de azul... João M Archanjo
A Lua banhava-lhe com seus tons de azul
E vestia-se do branco o sujeito mestiço
Perguntavam-se os miseráveis sobre o exú
Com suas peles iluminadas no cortiço
"Quão tolo ele é", disparavam os cristãos
"Quão indigente ele será" dizia o opulento
Enquanto chorava com sangue em mãos
Sentia nas costas o fardo do lamento
Irradiava de dúvidas, ajoelhado ao luar
Por que todos tinham o deixado de amar?
Quem eram os pagãos? O que queriam insinuar?
E sua pele banhada em prata pedia-lhe o ouro
Quanto custa o pescoço desse Crioulo?
E meio a tanta indagação, nascia mais um criminoso.