Para o amor faltante Pra quê poetizar... REINALDO, Thalisson

Para o amor faltante

Pra quê poetizar sobre amor se isso há de sobra?
Compor uma música sobre nem é grande obra.
O amor romantizado deve ser secundário,
já o amor da humanidade necessita ser primário.

Insiste? Enxergo crueldades demais,
com lutas desnecessárias que não cessam jamais.
Poderosos enriquecem com o sofrimento alheio.
Muitos de estômago vazio, outros com o bolso cheio.

Viste? Tragédias jogam na lama os sonhos,
enquanto ouço porcos risonhos.
Culpam o povo pelo retrocesso.
Choro nas ruas e trapaças no congresso.

Sentiste? Ignorando o luto por quem faleceu,
lutam pela herança daquele que morreu.
Se os mortos falassem saberíamos o segredo da vida,
que ela deve ser simplesmente vivida.

Assiste? Várias vítimas da apatia.
Morreram solitários pela falta da empatia.
É deste amor que necessitamos.
Mas, ao invés de ajudar, olhamos.

Amor faltante, aonde vai?
Quero que fique ao meu lado, jurai?
Avise aos homens que regressou das portas da dor.
Assim, para as guerras e depressão será o mitigador.