Um Júbilo na minha vida! Eu tenho um... Nerisírley Barreira do...

Um Júbilo na minha vida!

Eu tenho um Labrador. Lindo! Se chama Júbilo.


Ele tem um tom mel um perfil garboso e maior que a maioria dos Labradores, me disseram a algum tempo que era o alfa da ninhada por isso essa diferença. Júbilo tem o crânio mais avantajado que os irmãos dele e também o porte e elegância _quando parado, claro _.


Na nossa casa tivemos os mais diversos tipos de raças e os mais diversos tipos de animais de estimação, mas nenhum foi tão mimado e tão cuidado como o Júbilo. Ele é o supra-sumo das atenções e desvelos para um cachorro na nossa família e o primeiro animal de estimação meu. Em nossa família já tivemos: tartarugas, pintinhos, cinco cachorros, preás (que aliás, fedem e procriam na medida em que fedem), periquitos australianos, passarinhos e sei lá mais o quê que não me lembro mais.

Quando bem criança o meu irmão conseguiu convencer meu pai a ter um cachorro da raça Pequinês, quando bebê o bichinho era um amor, mas bastou crescer um pouco para virar o mais rabujento e mal criado dos animais. O Jesper era um calvário! Chato, mal humorado, ficava magoado com o primeiro não e detestava vassouras, mordia todas, não tinha nenhuma lá em casa que não fosse batizada. Vivia dentro de casa, e avançava em qualquer um. Pra terminar era pirracento e soltava pum a cada trinta minutos, de preferência perto da gente. Ele era tão chato, tão irritante que tinha os dentes pra fora, sei que é próprio da raça mas creio que no caso do Jesper era o temperamento dele que fazia com que ficasse parecendo um animal pronto pra dar o bote na primeira rangida.


Depois tivemos um casal de Pastor Alemão que eram extremamente bravos, mas com os de casa eram de uma doçura e fidelidade fora do comum, lindos! A fêmea era a Chayene era mais brava e sapeca, o macho era o Fiel doce e dedicado.
Por isso, posso dizer que depois de termos tido tantos animais de estimação nenhum foi até hoje tão agradável e divertido como o Júbilo. Apesar da evidente beleza dele a maior vantagem sua está longe do seu aspecto, está no seu gênio. Ele é lindo por dentro, sua fachada só emoldura o quadro do seu temperamento.


Júbilo não é um cão de guarda segundo os entededores, mas late a noite inteira sob o menor barulho. Também um cão de companhia não ataca nunca, mas não se encaixa no meu Labrador, duas vezes ele atacou, as duas foram homens desconhecidos que tentaram se aproximar de mim de repente, e com certeza pela ocasião com as piores intenções.


Eu nunca pensei que pudesse ter um cão tão caro e especial como ele. Um dia estava passando na frente de um Pet Shop num shopping e vi uns caezinhos mel como ele. Sonhei, mas pensei comigo mesma “eu nunca conseguiria um cahorro tão lindo como esse”, o preço dos filhotes era de R$ 1.200. Mas parece que Deus ouviu o meu pensamento... algumas semanas depois a minha mãe me falou que minha prima tinha conseguido uma fêmea num canil. Era uma é poca muito difícil pra mim, meu pai tinha acabado de falecer, depois a cadela do meu irmão que eu cuidava, e logo meu outro irmão teve um acidente terrível que o deixou imobilizado por algum tempo. Depois destas e outras perdas eu tinha entrado numa imensa tristeza então decidi que se tivesse uma cadela minha ela se chamaria de forma profética Alegria. Cadela porque nem me passava pela cabeça um machinho.


Meu irmão mais velho se divorciou e veio morar na nossa casa então ele foi ao canil comigo. Eram só dez minutinhos para escolher a cadelinha, ficamos quatro horas. Eu não conseguia escolher, eram cinco fêmeas e um machinho mel que era o único que parava de brincar com os outros e vinha me cheirar de vez em vez. Ele parecia o maior mas o mais molenga de todos. No meio da minha indecisão orei a Deus dizendo “Senhor se este filhote vier me cheirar mais uma vez eu o levo” imediatamente ele veio. Não aguentando mais o meu impasse meu irmão o pegou no colo e decidiu por mim: _Pronto! Chega! Vai ser esse aqui e acabou! Quando entramos no carro com ele no colo, ele saltou pra fora e tivemos que correr atrás dele na rua. Nem sabíamos, mas começaria alí uma imensa ou imaginável lista de peripécias do Júbilo.


Bom, ja que não era a Alegria, então ia ser o Júbilo. Ele foi criado dormindo do lado de fora de casa, nunca chorou por estar na garagem que dá acesso ao átrio e jardim. Também nunca dormiu muito a noite. Ao contrário, mascou e detonou tudo que fosse verde, preto, vermelho, marrom, branco, etc. Se tivesse cheiro de borracha ou o meu cheiro melhor ainda. Em três meses não existia mais aquele lindo e florido jardim, no lugar dele resistiram as jabuticabeiras do meu pai e um resto de terra preta bem cavucada. Aliás acho que todo Labrador deve ter uma parte do DNA comum com uma topeira e com um golfinho. Os outros cachorros detestam água o meu nem poça dágua escapa. Um dia eu estava com ele na beira do Vaca Brava _eu fiz o projeto do Parque por isso, gosto de ir lá_ e o meu queridinho deu um arranque que eu não segurei e no mesmo impulso tibum, lá estava ele naquela água, com colera, guia e todo aparato, além de um monte de gente olhando: _Olha! Um cachorro nadando no lago!_ Imagina a minha cara... Bom, voltando ao jardim, existia uma horta, mas o Júbilo ama jiló e não sobrou nem hortaliça nem pé dela. Assim posso falar da couve, tomate espinafre e todo o resto. Ele mascou a raíz dos maoeiros até eles cairem nochão. Devorou o paralamas da moto do meu irmão e nos deixou sem telefone duas vezes porque o fio de entrada era sub-térreo e é lógico o que fazia um fio no meio do buraco que ele cavava?