EQUIVALÊNCIA. O teu raciocínio não é... Jean Bonazoni
EQUIVALÊNCIA.
O teu raciocínio não é mais privilegiado que o meu, apenas pensamos diferente num mundo plural. Há algo mais natural?
Tuas referências são muito importantes, afinal dão parâmetros ao teu posicionamento, as minhas são outras bem preparadas e bem fundamentadas numa coerência que talvez não vejas, mas que está lá. Quem pode julgar quais são mais refinadas? Nem eu, nem tu. Afinal, ainda não podemos ver o todo com toda clareza.
Há muitos homens e mulheres de todos os níveis de instrução, alguns que nunca frequentaram uma sala de aula e outros extraordinariamente eruditos, que defendem o mesmo que defendes. Da mesma forma, há indivíduos bem medíocres e outros da mais alta distinção, doutos e sábios, que pensam parecido comigo.
A partir do momento que um de nós passa a desmerecer o outro, colocando-se como detentor do supra sumo da razão e afastando (de si mesmo, ainda que não perceba) o respeito e a ponderação, este revela quem realmente é e quão rasteiro e pequeno é o próprio raciocínio, pois nele não se encontra valor.
Seja eu ou sejas tu, caboclo ou cientista, tenhais tu ou tenha eu, o ensino primário ou o título de PHD, quando um de nós defende um ponto de vista diminuindo a dignidade do outro, quem revela-se menor é aquele que assim se posiciona.
Somos iguais graças às nossas diferenças, a balança desta equivalência só desnivela-se quando nos desmerecemos e não nos reconhecemos como seres parelhos e limitados, capazes de ver apenas uma fração ou outra do todo.
A paz entre pares só se constrói quando fundamentada no respeito mútuo e na consideração que as divergências nos fazem crescer, desde que alheias a rudeza.
Não é preciso falar ou escrever bonito para expor a própria a verdade, palavras sem sobriedade não agregam e não asseguram congruência. Mais importante que querer falar, é querer falar com temperança.
Viva os pacificadores!
Sei que eles estão entre os que pensam parecido comigo e os que pensam parecido contigo, sejamos como eles.