Aqui estamos, você pensando na solidão... Yohann Henning
Aqui estamos, você pensando na solidão que sente, e eu supondo o beijo que poderíamos dar. Eu deitado lendo algum livro qualquer nesse sentimento de domingo, e você pensando se vai à cozinha pegar algo para comer ou se só espera a vontade passar. Eu querendo mais de ti, e você pensando em como fazer para deixar de sentir a tortura dessa saudade.
Na distância do nosso beijo cabem mil palavras. Ah, se essas palavras tivessem o mesmo prazer de um beijo. A mesma conexão, o mesmo sabor, o mesmo fechar de olhos… Sinto falta de brincar com a tua nuca, mordiscar tua orelha e dizer, com aquele tom de voz que você adora, o quão gostosa você é. É, eu sei que você gosta de ouvir isso bem pertinho do ouvido. E fique tranquila, ninguém nunca irá saber. Pois, como o nosso beijo, o nosso mundinho é só nosso.
Então logo estou chegando, separa o cobertor e o coração, me espera mais um pouquinho… Em breve a gente brinca de deixar o nosso cheirinho pelas paredes da casa – com essa saudade estou preferindo paredes a cama. Até porque não sei se consigo chegar até o quarto. Logo a gente esquece as dores e os mau humores, e só lembra de como um amor que pouco diz é muito mais gostoso. Vem fazer o que você quiser, sentir o que você puder, tem tanto espaço no meu peito.
Chega um dia que, de festa em festa, a gente prefere tomar um belo café da manhã cedinho a acordar perto do horário do almoço. E, de café da manhã em café da manhã, a gente prefere um amor tranquilo a um beijo cheio de aventura. Prefere coberta, prefere riso rente a orelha, prefere família e companhia nos dias de frio. Pois, no fundo a gente sabe que aventura brota, mas que sentimento, quando vem, se faz único.