Hoje eu voltei a escrever sobre tristes... James Silva
Hoje eu voltei a escrever sobre tristes circunstâncias, afinal qual poeta não escreve sobre a mesma sentença. Mais uma vez ela se foi, na verdade ela nem veio, sobre o véu da minha vaidade insistia em vê-la, mas ela nunca esteve lá. Isso me revolta por saber que nunca acerto no alvo, como se algum dia já tivesse atirado nele. Todas as vezes surgiu naturalmente, sem a menor pretensão (talvez minta um pouco em dizer não ter pretensão, mas só um pouco) afinal Fernando pessoa já nos ensinava, o poeta é um fingidor, porém o pior de tudo é quando você se torna o alva da própria mentira, o quanto isso o destrói, ainda que soubesse que era proibida pra mim, tentei e isso é mostruoso, pois sei que és feliz e não tenho o direito de tirá-la a felicidade. Não sou como esses cantores medíocres da atualidade que dizem que só pode ser feliz se for ao seu lado, eu não tenho tal ilusão, por que o tal que já se encontra a faz. Mas eu quero continuar acreditando sobre tais circunstâncias que um dia encontrarei alguém como você, que seja livre como um pássaro em busca de um galho a fazer seu ninho, em busca de braços que lhe possam abrigar. Eu quero uma cópia que seja exata a você, esse jeito protetor, de não deixar-me à atravessar a rua, ou correr na escada, ou no metrô não segurar no apoio. Instinto proteção, só dados a mulheres de aço. Mas o melhor não é isso, tal sorriso que traz estampando no rosto, que vê graça na mais boba anedota. Faz no coração estremecer como o estômago peristáltiar, e isso e sublime essa alegria que contagia me torna alado, e vivo a me ver sobre as nuvens como um pássaro em busca da primavera, ou como uma águia capaz de planar o céu. Que o universo por meio do dedo de Deus possa fazer uma outra que contenha todos os traços imperfeito da perfeição que só você tem. Tal beleza shakespeariana que não impacta o olhar, mais seduz o coração do mais bruto dos homens. Pior tipo de beleza, pois nós tira a força, não nos deixa dormir, não nos deixa olhar para outra mulher nem por um instante de vão descuido. Encantamento que perdura pelo finito da eternidade. Oh amada bela, se cometi eu um crime, o crime foi a paixão que a todos traspassa, sem ar de clemensa ou compaixão. Que você possa perdoar-me por desejar-te tanto assim, por vezes perder o controle de mim, por ver em teu sorriso a luz do Sol, em teu semblante a lua em meio ao céu estrelado de uma noite de verão. As palavras ainda me vem a mente mas preciso acabar este poema, caso contrário não pararei de desejar-te.