O teu sentir é desfigurado, só é... Rosemere Melo Sanginetto
o teu sentir é desfigurado,
só é figura no verso!
no universo é disforme,
tires o uniforme!
o avesso é a nudez do verbo!
querendo descobrir a concordância,
entre escrita e fonética,
entre opaco e o laço...da visão analfabeta!
as vezes a decisão mais difícil ,
é saber a hora de abandonar o navio,
de jogar a âncora,
ou baixar as velas,
de girar o timão,
ou de puxar a manivela,
quem quer correr o risco de naufragar?
por favor,creiam nas exceções,
é possível,sim,
ser cético e incrédulo,
tipo desconfiado e demasiadamente crítico,
priva você mesmo,de surpreender-se com algo belo,
com algo realmente verdadeiro,
ignorar algo sem conhecê-lo não te faz intelectual,
te faz estúpido,
como mostrar suas razões pelas quais recusa algo,
se não conhece nada sobre esse algo?
pessoas de mente fechada encontram razões onde não existem,
pelo mero orgulho insistem,
em falar sem conhecer,
se suas razões forem baseadas em conhecimento,
eu vou admirar sua posição,
mas se forem baseadas em suposições infundadas,
isso me deixa magoada,
se eu não sei algo pesquiso na fonte,
ou pergunto a alguém mais instruído,
não é vergonha nenhuma perguntar,
há tantas coisas que eu queria saber e ainda não sei!
Na alma selênica,
o sonho veleja,
rumo a materialização!
todo vento onírico,
é hálito propício,
é zéfiro aviso,
da transformação!
todo eco noturno,
é fruto do engodo oriundo...do coração!
toda jugular,toda aorta,
toda veia cava e torta,
é uma porta,
para a inspiração!
o poeta é marujo,
tem leme e lume,
e amiúde,
confunde,
esfera e esferográfica!
O pulso impulsiona,
o coração recita,
mas o subconsciente premedita,
a conjugação!
no peito não há decreto, nem pleito,
o pensamento eleito,
exerce o judiciário e legislativo,
o coração nada entende de planejamento,
só entende do poder executivo,
e o corpo é súdito,
pensa que tem voz e voto,
mas vive as margens da corrupção!
achou que falava de política?
mas é só a analítica,
da sua dedução...ou não!
O sonido literário é um vértice oblíquo,
do assonante psíquico!
do revérbero íntimo!
o verso é tremeluzir os gestos,
em signos linguísticos!
é difundir o cognitivo,
em solfejo escrito,
ratificando em manuscrito,
os ritmos léxicos,
e as citações,
do coração,
partidário...de indiretas já!
Dúvidas são concubinas pálidas,
ébrias de indecisão!
vagueiam em suntuosas lápides,
onde jazem,
a firmeza da opinião,
sepultada no mesmo jazigo,
onde enterraste a ação,
que morreu de invalidez!
A dúvida é cortesã,
quem a corteja
cambaleia a beira,
da desistência!
Dúvida é anjo mortífero,
em viçosos e esvoaçantes vestidos,
e despidas de motivos,
te desviam do objetivo!
desvie-se de seus fitilhos frívolos!
ela pode até tingir-se de carmim,
e adornar-se de cetim,
mas é frígida conselheira,
dos inexperientes!
não existe sem querer,
existe não saber o que se quer...
Todo o comício,
é um homicídio,
deputado é 171,senador faz tráfico de influência,
o palestrante é mestre de carteado,
e o povo no buraco,
ou melhor barraco!
no palanque o discurso é um insulto,
a estatística é jogo do bicho,
mudam-se os figurões,
o cenário é o mesmo,
o hino é fúnebre!
a bandeira é de pirata!
o povo é um número do IBGE!
e o único legado é ficar calado!
e não adianta trocar o bispo ou o rei,
o peão não tem vez,
política é xadrez!