Quão pequenos somos; que tempo perdido... Sanches Marcia

Quão pequenos somos;
que tempo perdido sem amar;
que desperdício o desamor;
que triste não darmos mais;
que pena das nossas penas...

Reclamar de não ter;
de não estar onde quer;
de não falar o que deseja;
das pessoas serem diferentes;
de não serem como se quer;
de não fazerem o que se pensa ...

E se amar sem esperar?
Sem pedir, nem reclamar?
E se tentar acalentar?
E se der mais sem julgar?

Será que morreria?
Ou viveria de esperança e ilusão?

Ou será que alcançaria a simpatia
daqueles que se julga só por mania.
Será que cairia em graça?
mesmo não sendo palhaça?

Seria só alegria!
O feitiço se faria!
Cheio de amor e harmonia.
Basta abrir e olhar desde fora
para poder enxergar agora
o que dentro, bem dentro está.

Que belo será se amar;
tão bom se não reclamar;
que alegria ver noutro olhar
o sorriso refletido de amar...

Que bom se agradecer;
bem ver cada amanhecer;
sorrir simplesmente por ter;
cantar a alegria do viver;
oferecer a ternura de ser...

Ser feliz é importante?
É muito ou só um instante?
Cada um sabe o que é
É só querer ver para ser.

Abrir o coração com ternura
mesmo sem entender o sentido
provar o sabor da doçura
A alma espera e deseja ser antes
de perder ou sofrer por não ter sido.