Eu sigo com meus sonhos e meu violão... Janete Manacá
Eu sigo com meus sonhos e meu violão
Foste embora da minha vida
Jurando amor sincero e infinito
Inebriaste-me em seu perfume paradisíaco
Com poéticas declarações de amor
Mas eu sobrevivi naquele jardim, agora sem flor
Desejava conhecer o mundo dos desenganos
E feito cigano partiste sem nenhum apego
Ao encontro do vazio das reticências
Peito aberto de encontro ao vento tempestuoso
Se aventurando na sorte da imaturidade
Seus negros olhos perderam-se na cor da noite
E nessa obscura fusão deixaste sangrando meu coração
Levaste na bagagem apenas a coragem, nada mais
Queria para si o indecifrável talvez um pingo no i
Quando a noite desce sobre o sol ouço soluços algures
Hoje absorta em tantas reminiscências
Invade meu sonho repousante para falar de amor
Enquanto o dia me deixa em estado de vigília
Velando contra os pensamentos de outrora
Que faz de mim refém de uma inacabada história
Deixa pois, esta sôfrega alma voar pelo azul
E retecer uma nova história de amor
Cujo personagem central não tem medo de ser feliz
E pintar o recomeço com todos os tons e oferece nova cor
Enfim, sobreviver longe dos riscos, desafios e desamor
Se ainda continuo viva é pela arte da reinvenção
De alimentar o sonho de ser estrela em outra constelação
E deixar nascer à flor no terreno ainda árido desse coração
Não volte, por favor, um dia saíste livre seguindo seus passos
Por Zeus deixe-me em paz repousar no meu regaço
Não perturbe o silêncio das minhas madrugadas
Reinvente seu mundo e seja muito feliz
Eu sigo com meus sonhos e meu violão
Feliz na estrada compondo belas canções
E na linha do horizonte darei novo alento ao meu coração
Do livro: A Última Valsa