As injustiças acontecem Onde eu errei... Arcise Assis

As injustiças acontecem

Onde eu errei com ele? Vamos ter orgulho do que conseguimos conquistar, deu certo por um determinado tempo. Fizemos um ótimo trabalho desperdiçando o tempo um do outro. Precisava fazer um esforço consciente para alcançar a felicidade.
Viver um relacionamento e um casamento não resolve a vida de ninguém, me arrependi de não ter sido mais tolerante. Pensei na separação como uma chance de conseguir coisas melhores.
Eu me senti muito diminuída, nada em mim prestava, minha autoestima foi a zero. Se estiver tudo bem eu entendo, só não quero fazer parte do processo de que o outro precisa estar mal para que eu fique bem.
Eu era a mesma criatura, mas sem os mistérios, sem o cheiro, sem o encanto no olhar, sem a eletricidade, sem os beijos, os chamegos. A gente vai estreitando a distância e se adaptando a frieza.
A gente pede carinho, pede afago, pede postura, quer receber atenção, bondade, mas evita se comprometer, evita se doar. Prometemos de joelhos e não cumprimos. Somos a coragem de cobrar o que não fazemos.
Na verdade, estou cansada de ver uma vida feliz e perfeita nos outros, uma realidade distante de mim que sou uma humana complicada. Enquanto procurava o firmamento, encontrei estrelas desconhecidas. Boas estrelas.
A mulher cansa de dar sem receber, hipoteticamente falando eu disse sim a várias coisas que deveria dizer não. Não podemos nos olhar com os olhos do coração. Eu me sinto muito bem comigo mesma e com meu peso no momento, mas nem sempre foi assim.
Busquei no parceiro aceitação e acolhimento, meu toque feminino deixava marcas em tudo, o beijo não tinha gosto certo. Você descobre que todas as coisas boas da vida são de graça, estão ali a nossa disposição.
Vivi com verdades distorcidas. Nunca tinha sido tão infeliz num relacionamento como agora. Decidi pela separação e lidei com ela me ocupando. Quanto mais se dá, mais se recebe, a bondade volta, o amor preenche, a vida fica leve e feliz.
Nada vale o sacrifício de sobrecarregar a vida de felicidade mentirosa. O mal não tem cura, não se multiplica maças podres. Eu acreditava que ele era apaixonado por mim, assim como eu era, mas depois vi que ele tinha preguiça em me fazer feliz.
Deixei-me ir embora numa boa, com amigos íntimos capazes de me fortalecerem e que sempre me valorizaram pelo que sou e não pelo que tenho. Foi assim que segui a estrada pela qual conhecia o caminho.