O empreendedor À beleza tu ofuscas;... Everton Arieiro
O empreendedor
À beleza tu ofuscas;
Quando vens a caminhar;
O que tens são tuas buscas;
Só vontade de ganhar.
Tinha brilho bem aqui;
E moravam muitas flores;
Mas passastes e eu vi;
Não importas com as dores.
Onde está teu romantismo?
És tu mesmo conquistador?
Se o que vê é egoísmo;
E um estilo avassalador.
Há do lixo um forte cheiro;
Há no rosto muito choro;
Há nuns bolsos o dinheiro;
Há pedidos de socorro.
Quem és tu jurando amor?
E quais são tuas promessas?
Quem és tu espalhando dor?
Quem és tu vivendo às pressas?
Escreva tudo em teu livro;
Imite os sons da natureza;
Procure alguém que esteja vivo;
Mesmo cheio de incertezas.