Um dia acordei tão tímida Faltava um... eueu
Um dia acordei tão tímida
Faltava um pedaço de mim
Em vão me estremeci
Mudei de posição
Sou a mesma ainda
Mas algo me espeta de novo
E insiste em espetar
Busco resposta, não há perguntas
Busco onde me acalentar.
Nem sempre é possível estar bem.
Às vezes, sequer razoável...
Entre o vazio e a obstinação
entre o medo e o descuido
entre a loucura e a coragem
onde estou?
entre fanatismo e o ceticismo
a culpa e a falta de consciência...
Sem saber onde estou me coloco em terceira pessoa.
Onde se deve estar então?
Medo de viver, medo de morrer…
Culpa por ter, por não ter…
Crer em tudo ou em nada crer…
E no meio de tudo a loucura, o vazio…
Como não sucumbir?
Acordei tão tímida,
tateie o ar em busca de um signo qualquer que pudesse me expressar…
nada.
Para os sentimentos mais profundos somos meros analfabetos.
Tem dias que quero ser grande,
e os sonhos parecem inevitáveis,
projetam um futuro, um passado,
sem cálculos, pura futilidade.
Tem dias que quero ser mais uma,
passar despercebida pela vida…
seguir a rotina e…
enfim, morrer.
Tem dias que o medo me trava,
sinto meu corpo suar,
às vezes uma mudança abrupta,
ou a vida me forçando a VIVER
sem eu estar preparada.
E a culpa – meu Deus – como o medo
me deixa paralisada
e peço perdão a qualquer um
por tudo, por nada…
Há mais, mas não quero dizer
cansei,
deixe esse poema assim, incompleta
a vida ainda está incompleta.