O fazer - se no espaço I Cala-te a... Maria Lu T S Nishimura
O fazer - se no espaço
I
Cala-te a dizer asneira
Á escrever dispersão!
Para que ser maneira,
ser ser cheio de ilusão?
Um comum no nada,
nunca nem apareci,
em luz programada...
na televisão nem fui!
Não! Cala - te a boca!
Chega de criação vil;
Irão chamar-te louca!
Então! Pequeno tolo
Gosta do incomum,
silêncio em consolo?
II
No meu ínfimo ato
de tão íntima razão.
Faço nesta questão
ciência de meu fato!
Posso e decido-me!
Não sou obrigada
ser igual a um você
de incomum... nada!
Calar-me ou dizer!
Em suma decisão,
decido cada fazer!
Meu querer do.. ser
Não devo satisfação!
Faço-me sem conter!
III
Cada letra que escrevo
tem o ar que eu respiro:
Sou céu, ou um relevo,
ou Saturno, ou espirro!
Não importa o que sou,
se desvairada, tola, ou...
qualquer crítica do ego,
que faz qualquer um cego!
O que importa é ser um!
Este, no quanto posso,
igual não há nenhum!
Cada um no seu passo,
se astro ou ser comum...
faço-me neste espaço!