TÉDIO (soneto) Sobre minh’alma, no... Luciano Spagnol - poeta...

TÉDIO (soneto) Sobre minh’alma, no cerrado ao relento Cai tal folhas ao vento, dum dia outonal Um silêncio mortal, dum vil argumento Tão brutal, o aborrecimento... Frase de Luciano Spagnol - poeta mineiro do cerrado.

TÉDIO (soneto)

Sobre minh’alma, no cerrado ao relento
Cai tal folhas ao vento, dum dia outonal
Um silêncio mortal, dum vil argumento
Tão brutal, o aborrecimento, tão fatal!

Oh solidão! Tu que poeta no momento
Abandono, no mundo, a mim desigual
Me dando ao pensamento o lamento
Num letargo sentimento descomunal.

Só, sem sonho, sem um simples olhar
Deixar de sonhar, como então fazê-lo?
Se é um aniquilamento assim estar...

Deixar o enfado num desejo em tê-lo
O que não vejo! Porém, estou a ficar.
Ah! Dá-me a aura da ventura em zelo.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto, 23 de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando