SONETO AMEDRONTADO O medo amedrontado... Luciano Spagnol - poeta...

SONETO AMEDRONTADO O medo amedrontado está em mim Poetando sombras de uma tristura É um vazio cheio duma vil amargura Num silêncio: mudo, surdo, sem fim E neste... Frase de Luciano Spagnol - poeta mineiro do cerrado.

SONETO AMEDRONTADO

O medo amedrontado está em mim
Poetando sombras de uma tristura
É um vazio cheio duma vil amargura
Num silêncio: mudo, surdo, sem fim

E neste vácuo sem a essencial figura
Entrajam faltos ornados de serafim
Dum temor com seu satírico festim
Assestando o poetar na ossatura

Então, do medo se alimenta, assim,
Cada vez mais tétrico fica, e procura
Um tal arrimo, sem doçura, carmim

E a ousadia onde fica? E a ternura?
Se o medo no medo, é trampolim!
E o fado sem medo, é vã ventura...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano