APENAS UM VERSO (soneto) Enquanto o dia... Luciano Spagnol - poeta...

APENAS UM VERSO (soneto) Enquanto o dia no cerrado embotava Em mim cavava o emotivo submerso Dos porões dos medos que eu meço Nas incertezas, que dá sorte brota... Frase de Luciano Spagnol - poeta mineiro do cerrado.

APENAS UM VERSO (soneto)

Enquanto o dia no cerrado embotava
Em mim cavava o emotivo submerso
Dos porões dos medos que eu meço
Nas incertezas, que dá sorte brotava

Na aridez da saudade, ali disperso
No soluço d'alma a sofrência rolava
E na linha da recordação eu deitava
Aí, o sertão se tornava meu universo

Neste vazio a solidão por mim urrava
O destino rimava quimeras no averso
Então o coração amortecido chorava

Assim, eu com um olhar transverso
Devaneava sonhos, e lacrimejava
Pedaços de mim, forjando o verso!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano