Motim dos sofistas I Ao disfarce do bem... Maria Lu T S Nishimura
Motim dos sofistas
I
Ao disfarce do bem querer
Não despercebido a tolice
Disfarce bestial, da burrice
O sofismo de um padecer!
O que traz na sua cachola
Na atenção pede esmola
A vergonha na minha cara
Visto que, seu riso encara!
Tens-me jocosa imagem
Meu perfil da difamação
Podereis todos ter razão!
Sou tudo o que quiseres
Sou tudo o que disseres
Mal ou bem, sua miragem!
II
Á burrice de sua ignorância,
Faço desprezo da sua inveja!
Será ser eu é o que tu deseja,
Pois, foca- me na importância?
Nunca precisei fazer nada
Para chamar logo atenção!
Á consciência desta razão,
Deveras nascida condenada!
Não sou volúvel, nem vulgar,
Nem louca burra de soberba
Mas, queres todos me atacar!
Se for de mim um ato a julgar
Até minha irmã fez-me a verba
Na disputa, querer me rebaixar!
III
Sou decerto eu tão imperfeita
Infestada de orgulho e metidez,
Sempre eu a proclamar altivez
Sempre a primeira ser eleita?
- Cheia de virtude e todo o bem!
Envaidecida desta minha vitória
Enchendo-me de toda a glória
Talvez não passe de um ninguém!
Devo ser mesmo nada para você
Tens mesmo que rir e falar de mim
Desdenhar-me até me enlouquecer!
Serão então todos plenos por fim...
Os falsos amigos todos irão vencer,
Jaz -me-ei, já liberta deste motim!