SONETO NA CONTRAMÃO O badalo bate, o... Luciano Spagnol - poeta...

SONETO NA CONTRAMÃO O badalo bate, o sino da igreja soa Qual navalha o som corta a solidão Chiando no silêncio pesar e aflição E no relógio a hora a ligeireza e... Frase de Luciano Spagnol - poeta mineiro do cerrado.

SONETO NA CONTRAMÃO

O badalo bate, o sino da igreja soa
Qual navalha o som corta a solidão
Chiando no silêncio pesar e aflição
E no relógio a hora a ligeireza ecoa

Num labirinto de saudade e emoção
A lembrança de asas no tempo voa
Desgovernando o sentimento a toa
Num vácuo de suspiros no coração

Então, o seu ganido invade a proa
Da alma, que se sente sem razão
E cansada de tantos ruídos, arpoa

Nesta quimera de dor e de paixão
Os olhos são cerrados pela garoa
Pingada das lágrimas na contramão

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 2016
Cerrado goiano