EU ME NEGO À MALDADE Não vejo um palmo... Nara Juscely Minervino de...

EU ME NEGO À MALDADE

Não vejo um palmo diante do meu nariz,
Porque a minha visão eu refiz.
Escureci para esse mundo que não quis
Desfazer-se da agonia
De fazer o mal todo dia.

Eu me nego à maldade,
Ao egoísmo ou à falsidade.
Me nego ao que me incomoda,
Mas que a tantos engorda:
Regozijar-se sobre quem
Vive sem um vintém;
Sobre quem é fraco de verdade
Porque é vítima da crueldade.

Eu enxergo distante.
Enxergo longe.
Enxergo grande.
Busco o amor que se esconde
No coração de quem
Só pensa em fazer o bem,
Sem mesmo olhar a quem.
Espero pela cumplicidade
De quem só quer a igualdade.

Acredito na bondade,
Na partilha e na irmandade.
Acredito nas almas boas
Que habitam em algumas pessoas.
Acredito no que duvido:
Que não haja amor entre os humanos
E que todos os homens são tiranos.

O mundo só é mau para quem se nega
A amar uns aos outros sem distinção
E sem fazer sobreposição.
O mundo pode o bem dividir,
Se cada um, que sabe de si,
Reconhecer que amando o outro
É que se pode ser feliz.

Nara Minervino