DESABAFO DE UM POETA Que não me venham... Antonio Costta
DESABAFO DE UM POETA
Que não me venham colocar nome de praça,
Que não me venham colocar nome de rua;
Por que somente quando morre é que tem graça?
É que reconhecem o poeta em terra sua?...
A realidade que é sentida ela é tão crua,
Um desprezo cotidiano que não passa;
Mas depois que o poeta morre se atenua,
Ganha logo um busto de bronze na argamassa!
Não merecia ele sentir essa emoção
Aquele que amou e que cantou o seu torrão,
Propagando toda a grandeza que ele encerra?...
Não deveria ser, em vida, valorizado?
Infelizmente quando morre é que é lembrado,
Que o poeta é reconhecido na sua terra!