ÁRVORE QUEIMADA Que triste a árvore... Antonio Costta
ÁRVORE QUEIMADA
Que triste a árvore queimada,
Sem nenhum mal cometido!
Na lateral duma estrada...
Talvez por ter existido.
Planta que o homem condena
Sem fundamento ou razão,
Corta do mundo sem pena,
Em prol de sua ambição!
Deixando, em meio à fumaça,
Deixando apenas carvão,
O seu tronco: uma carcaça
Carbonizada no chão.
Seus frutos não têm quem faça
Alguém pegar com a mão;
São brasas no meio da praça,
São cinza na imensidão.
Quem dera seus atributos!...
Quanta sombra nos seus galhos!
Outrora cheia de frutos
Molhados pelo orvalho.
Árvore cheia de flores,
De ninhos de passarinhos;
Agora somente horrores,
Espantalho do caminho!