Caminhei no destino sem noção do... Irineu DIAS dias
Caminhei no destino sem noção do abismo e amarguei resíduos do ontem, pegados na minha cara, grudado em mim o cheiro de muitas peles. Perdi o sentido das coisas, perdi o meu próprio sentido. Ouvi-me em silêncio até que derramasse os últimos desabafos. Representante fiel de todos os desencantos. Em cada degrau, pedaços da minha totalidade, os meus eus secretos escondidos e impregnados no vazio das minhas intimidades alheias e insuficientes. Depois a luz da manhã surgiu azul, mas o cheiro do ontem persistiu e a vida contribuiu com suas vontades.