Não é tanto o que fazemos, mas o... Wladimir Moreira Dias
Não é tanto o que fazemos, mas o motivo pelo qual fazemos que determina a bondade ou a malícia. O mundo é o que é, sim, mas não é possível enxergá-lo apenas a partir do que ele nos apresenta. Para encontrá-lo, é preciso antes encontrar-se. Fugir das idéias fáceis, dos caminhos marcados, do véu das aparências e dos interesses financeiros obscuros. Olhar para dentro é muito mais difícil do que olhar para fora. É esse exercício que nos propõe este livro, em reflexões que percorrem com sensibilidade e inteligência as artérias da alma humana, das relações afetivas, de uma religiosidade mal resolvida e dos conflitos imiscuídos dentro de uma sociedade moderna. Um convite para refletir e admirar a vida, sem fórmulas exatas ou teorias absolutas, porque o mundo não é um paraíso metodológico. O mundo é cheio de contradições e incertezas. De casamentos e separações. De coisas palpáveis e de ilusões. E são essas experiências que vão construir a personalidade de cada um. Saber viver é encontrar-se consigo mesmo e deixar que a fluidez do tempo e do que nos cerca nos transforme em pessoas melhores. Como uma cobra que larga a pele, o ser humano também pode se renovar. Pode aprender a contemplar a própria existência, sem tanta angústia ou preocupação. Para mim, às vezes importar-se menos significa saber usufruir mais. O mundo é o que é, sim. Com suas celebrações, cerimoniais de enganação, más influências e encontros com o seu silêncio e sofrimento. Mas é possível ser feliz – muito feliz – nele. Baseado na experiência, estes textos a seguir nos apresentam características sociais e humanas, cheias de sensibilidade, malícia, aprendizados, felicidades, decepções e sucessos.