Eu sei que devia agir Sorrir, correr,... eu
Eu sei que devia agir
Sorrir, correr, fazer
Eu sei que devia querer
Mas quero apenas dormir.
Eu sei que o tempo ruge
E fico com o tempo mais velha
Mas quero dormir numa capela
Numa floresta, num túmulo, sei lá.
A vida é meio que a morte
Um nada repleto de nadas
Um sentir sem sentido
Talvez, jogo de azar e de sorte.
Eu sei que o vento zumbe
Eu sei que o tempo corre
Mas eu quero rastejar feito uma minhoca
Calar diante do barulho
E dormir na frente dos dinâmicos.
Eu sei que a vida cobra
Alguém vai me perguntar
“Querida, qual é tua obra?”
Direi: “Ó, pai, deixa-me
Apenas dormir, descansar,
Na vida só a morte me habita,
Dormindo o sonho vem me embalar”.