A SAL & O CAL A safra do sal em... manoel serrão
A SAL & O CAL
A safra do sal em grãos, enfesta a lavra, e encharca o chão.
Safa-se em sacas o Amo, faz do silo farto um cio,
E do latifúndio são, tê-lo em Gaia um Céu à mão.
A “safra” da cal o poá, a cruz, o caos do estiado, a escuridão.
Cede o servo O Ser-Adão, faze-o sem-terra, a servil Eva na precisão,
E quão na fé a dê lírica ilusão d' Asa Branca parecê-lo um "avião".
O Ser a morte antes que a morte [anunciação] o destino leve-o por sorte,
Chora o lamento, agoniza na dor, o martírio: ó à agoniação.
E o pio “paga” a novena em vão, roga, troca a fé pela unção.
Mas a gleba cava que não lhe augura o pão? Acaba sem-grão!
Ao passo, que o fero, infenso rude e cego Cabra da peste,
Em dilatada ira, sem “opor-se ao pão”, cede à boca do cano,
Gira, mira, nega o feito, e quão no peito aponta...
Ó acode o Amo-Patrão.
Mas a conta? O dedo acaba no Cão.